Crise hídrica: Como melhorar o aproveitamento de água nos condomínios?

A crise hídrica nacional pode afetar o fornecimento de água para mais de 11 milhões de pessoas em dezenas de cidades fluminenses. Moradores de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá já estão sofrendo com a redução do abastecimento. Sem previsão de chuvas significativas para os próximos 15 dias, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a situação pode se agravar ainda mais. Para piorar o cenário, a nova cobrança de água nos condomínios com um único hidrômetro já está impactando os bolsos, com aumentos que chegam a 400%. A regra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu, em junho, que cada unidade condominial passe a pagar uma tarifa equivalente a uma quantidade de consumo habitualmente maior do que as unidades consomem.

“Essa nova medida desestimula o consumo consciente, já que as unidades pagarão no mínimo por uma tarifa fixa, independentemente se gastarem menos mensalmente. Para ser justo, proponho que o judiciário e os órgãos e agências de controle obriguem as concessionárias a fazerem um estudo minucioso sobre o consumo médio de cada unidade nos condomínios. E seja feito rateio do consumo médio pelo número de unidades e que os resultados sejam apresentados aos condomínios. Importante também estabelecer esta quantidade como consumo mínimo de cada unidade. Estes números deveriam ser revisados obrigatoriamente a cada cinco anos, com base no consumo médio passado do mesmo período”, explica o engenheiro David Gurevitz, especialista em gestão e conservação de energia e água e diretor do Grupo Delphi Engenharia e Medicina do Trabalho. 

Ele também enumera medidas simples, mas que são eficazes para economizar e evitar os desperdícios nos gastos de água, antes que venha o racionamento:

1 – Adotar sistemas de cobrança com hidrômetros individualizados nas unidades condominiais, estimulando a redução de consumo. A economia de gastos do

condomínio pode ser complementada com vistorias diárias, para evitar, por exemplo, vazamentos em bombas d’água que possam aumentar a conta no fim do mês;

2 – As vistorias são simples e podem ser feitas até pelos porteiros dos prédios, mas o check-up predial deve ser feito por engenheiros mecânicos ou eletricistas, que vistoriam e avaliam todas as instalações e estruturas do condomínio, assim como o consumo mensal de água e energia elétrica;

3 – Para diminuir o desperdício na conta de água é preciso ler diariamente o hidrômetro, e, em caso de alteração em relação à média diária, chamar imediatamente um bombeiro para procurar o vazamento e corrigi-lo (inclusive verificando torneiras e sanitários de todos os apartamentos);

4 – Troca das tubulações antigas de ferro por tubos de PVC também ajuda a reduzir vazamentos;

5 – Coleta de água da chuva e do ar-condicionado e o uso de paineis fotovoltaicos para uso do prédio geram economia nas contas de água e de luz. Coleta e tratamento das águas cinzas (de pias), para uso em jardins, vasos sanitários, lavagem de pisos.

6 – Uso de lavadoras de roupa mais econômicas em água e energia, e, claro, manter hábitos conscientes, reduzindo o tempo de banho, torneiras fechadas e com uso de aeradores.

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